Impacto do uso de telas no desenvolvimento inicial
DOI:
https://doi.org/10.37067/rpfc.v13i2.1191Palavras-chave:
Intersubjetividade, Desenvolvimento infantil, Corporeidade, Psicopatologia, Fenomenologia, Telas, TecnologiaResumo
A sincronia corporal entre mãe e bebê é essencial para a formação de vínculos seguros e para o desenvolvimento emocional e psicológico da criança. A presença de dispositivos eletrônicos pode promover alterações nessa sincronia, resultando em um sistema de interação empobrecido, o que pode afetar negativamente a capacidade da criança de regular suas emoções e estabelecer conexões sociais. A partir do escopo teórico da Fenomenologia Estrutural, um modelo teórico é apresentado sobre como o uso de telas, por pais e crianças, pode afetar o desenvolvimento nos dois anos iniciais, com impacto persistente para toda a vida. Conceitualizando a importância e o papel da a proto-intersubjetividade e da intercorporeidade, o artigo propõe um mapa que correlaciona as alterações epidemiológicas apresentadas com as alterações na estrutura psíquica do bebê. Esse artigo analisa, conceitualmente, as vias pelas quais o uso de tela nos primeiros 24 meses de vida promove alterações estruturais no psiquismo da criança. A realidade atual de nossa sociedade é o uso cada vez maior de elementos de tecnologia no cotidiano. Sendo assim, ampliar a nossa compreensão desse fenômeno pode nos ajudar a propor novas configurações, mais saudáveis, para o uso de telas.
Downloads
Métricas
Referências
Aishworiya, R., Magiati, I., Phua, D., Daniel, L. M., Shek, L. P., Chong, Y. S. & Law, E. C. (2022). Are there bidirectional influences between screen time exposure and social behavioral traits in young children?. Journal of Developmental & Behavioral Pediatrics, 43(6), 362-369.
Bowlby, J. (2018). The nature of the child’s tie to his mother. In Influential papers from the 1950s (pp. 222–273). Routledge.
Braune‐Krickau, K., Schneebeli, L., Pehlke‐Milde, J., Gemperle, M., Koch, R., & von Wyl, A. (2021). Smartphones in the nursery: Parental smartphone use and parental sensitivity and responsiveness within parent–child interaction in early childhood (0–5 years): A scoping review. Infant Mental Health Journal, 42(2), 161-175.
Ceron-Litvoc, Daniela. Uma proposta fenomenológico-estrutural para o desenvolvimento humano dos 0 aos 24 meses. Daniela Ceron-Litvoc. São Paulo, 2017. Tese de Doutorado. Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo – Curso de Pós-Graduação em Ciências da Saúde. Área de Concentração: Ciências da Saúde. Orientador: Guilherme Peres Messas. BC-FCMSCSP/54-17
Ceron-Litvoc, D. (2020). Interpessoalidade na primeira infância: as possibilidades do encontro com o outro. Psicopatologia Fenomenológica Contemporânea, 9(1), 57-72.
Cirelli, L. K., Trehub, S. E., & Trainor, L. J. (2018). Rhythm and melody as social signals for infants. Annals of the New York Academy of Sciences, 1423(1), 66-72.
De Jaegher, H., Di Paolo, E., & Gallagher, S. (2010). Can social interaction constitute social cognition?. Trends in cognitive sciences, 14(10), 441-447.
Di Paolo, E., & De Jaegher, H. (2012). The interactive brain hypothesis. Frontiers in human neuroscience, 6, 163.
Feldman, R. (2007). Parent–infant synchrony and the construction of shared timing: physiological precursors, developmental outcomes, and risk conditions. Journal of Child psychology and Psychiatry, 48(3‐4), 329-354.
Feldman, R., Gordon, I., & Zagoory‐Sharon, O. (2011). Maternal and paternal plasma, salivary, and urinary oxytocin and parent–infant synchrony: considering stress and affiliation components of human bonding. Developmental science, 14(4), 752-761.
Gallese, V., Ardizzi, M., & Ferroni, F. (2024). Schizophrenia and the bodily self. Schizophrenia Research, 269, 152-162.
Gallese, V. (2024). Digital visions: the experience of self and others in the age of the digital revolution. International Review of Psychiatry, 1-11.
Gueron-Sela, N., & Gordon-Hacker, A. (2020). Longitudinal links between media use and focused attention through toddlerhood: a cumulative risk approach. Frontiers in psychology, 11, 569222.
Hertenstein, M. J., Keltner, D., App, B., Bulleit, B. A., & Jaskolka, A. R. (2006). Touch communicates distinct emotions. Emotion, 6(3), 528.
Huang, P., Chan, S. Y., Ngoh, Z. M., Ong, Z. Y., Low, X. Z., Law, E. C. & Tan, A. P. (2024). Screen time, brain network development and socio-emotional competence in childhood: moderation of associations by parent–child reading. Psychological Medicine, 1-12.
Lederer, Y., Artzi, H., & Borodkin, K. (2022). The effects of maternal smartphone use on mother–child interaction. Child development, 93(2), 556-570.
Mallawaarachchi, S., Burley, J., Mavilidi, M., Howard, S. J., Straker, L., Kervin, L. & Cliff, D. (2024). Early Childhood Screen Use Contexts and Cognitive and Psychosocial Outcomes: A Systematic Review and Meta-analysis. JAMA pediatrics.
Melchior, M., Barry, K., Cohen, D., Plancoulaine, S., Bernard, J. Y., Milcent, K. & Charles, M. A. (2022). TV, computer, tablet and smartphone use and autism spectrum disorder risk in early childhood: a nationally-representative study. BMC Public Health, 22(1), 865.
Poulain, T., Ludwig, J., Hiemisch, A., Hilbert, A., & Kiess, W. (2019). Media use of mothers, media use of children, and parent–child interaction are related to behavioral difficulties and strengths of children. International journal of environmental research and public health, 16(23), 4651.
Qu, G., Hu, W., Meng, J., Wang, X., Su, W., Liu, H., ... & Sun, Y. (2023). Association between screen time and developmental and behavioral problems among children in the United States: evidence from 2018 to 2020 NSCH. Journal of psychiatric research, 161, 140-149.
Rizzolatti, G., Fadiga, L., Fogassi, L., & Gallese, V. (1997). The space around us. Science, 277(5323), 190-191.
Rizzolatti, G., & Sinigaglia, C. (2010). The functional role of the parieto-frontal mirror circuit: interpretations and misinterpretations. Nature reviews neuroscience, 11(4), 264-274.
Stanghellini, G. (2016). Lost in dialogue: anthropology, psychopathology, and care. Oxford University Press.
Slobodin, O., Hetzroni, O. E., Mandel, M., Saad Nuttman, S., Gawi Damashi, Z., Machluf, E., & Davidovitch, M. (2024). Infant screen media and child development: A prospective community study. Infancy, 29(2), 155-174.
Takahashi, I., Obara, T., Ishikuro, M., Murakami, K., Ueno, F., Noda, A. & Kuriyama, S. (2023). Screen time at age 1 year and communication and problem-solving developmental delay at 2 and 4 years. JAMA pediatrics, 177(10), 1039-1046.
Trevarthen, C. (1993). The self born in intersubjectivity: The psychology of an infant communicating.
Van Puyvelde, M., Loots, G., Meys, J., Neyt, X., Mairesse, O., Simcock, D., & Pattyn, N. (2015). Whose clock makes yours tick? How maternal cardiorespiratory physiology influences newborns’ heart rate variability. Biological psychology, 108, 132-141.
Vik, F. N., Grasaas, E., Polspoel, M. E., Røed, M., Hillesund, E. R., & Øverby, N. C. (2021). Parental phone use during mealtimes with toddlers and the associations with feeding practices and shared family meals: a cross-sectional study. BMC Public Health, 21, 1-8.
Wan, M. W., Fitch-Bunce, C., Heron, K., & Lester, E. (2021). Infant screen media usage and social-emotional functioning. Infant Behavior and Development, 62, 101509.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2024 Daniela Ceron-Litvoc
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.
Os autores detém os direitos autorais sem restrições, devendo informar a publicação inicial nesta revista, em caso de nova publicação de algum trabalho.
