O olhar disruptivo da psicopatologia fenomenológica para o adoecimento mental
DOI:
https://doi.org/10.37067/rpfc.v14i1.1170Palavras-chave:
adoecimento mental, psicopatologia, estudo de casosResumo
O adoecimento mental pode ser visto por diversas perspectivas dentro da psicopatologia. No entanto, apesar das limitações, a psicopatologia operacional-pragmática tem sido a visão hegemônica. O objetivo deste artigo é apresentar a visão disruptiva da psicopatologia fenomenológica a partir do estudo de três casos clínicos. As participantes responderam a escala Patient Health Questionnaire (PHQ-9) e passaram por 30 atendimentos individuais para compreensão da sua vivência temporal pelo método fenômeno-estrutural. A pontuação das jovens na escala sugeriu depressão moderada em duas delas e grave na outra. Apesar de terem alguns sintomas comportamentais semelhantes, as vivências temporais foram singulares, compartilhando a ausência do futuro sentido como abertura. Assim, conclui-se que a psicopatologia fenomenológica apresenta um papel relevante na discussão sobre o adoecimento mental. Para alguns fenomenólogos, ela pode ser uma alternativa ao modelo vigente e, para outros, é possível a integração dessas duas perspectivas, promovendo uma abordagem completa e eficaz para o cuidado da saúde mental.
Downloads
Métricas
Referências
Ales Bello, A. (2020). O sentido do humano entre fenomenologia, psicologia e psicopatologia. São Paulo: Paulus Editora.
Antúnez, A. E. A. (2014). Perspectivas fenomenológicas em atendimentos clínicos. São Paulo: Novas Edições Acadêmicas.
Araújo, A. C., & Neto, F. L. (2014). A Nova Classificação Americana Para os Transtornos Mentais – o DSM-5. Rev. Bras. de Ter. Comp. Cogn., 16(1), 67-82. Recuperado de http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1517-55452014000100007
Barthélémy, J. M. (2006). Importance et extension de l’approche qualitative dans la méthode phénoméno-structurale en psychopathologie. Bull. Soc. Sci. Méd. 2, 249-264.
Batista, M. D. G. (2014). Breve história da loucura, movimentos de contestação e reforma psiquiátrica na Itália, na França e no Brasil. Revista de Ciências Sociais, 1(40), 391-404. Recuperado de https://periodicos.ufpb.br/ojs/index.php/politicaetrabalho/article/view/16690
Beck, A. T., Steer, R. A., & Brown, G. (1996). Beck Depression Inventory–II (BDI-II). APA PsycTests. doi: 10.1037/t00742-000
Binswanger, L. (1973). Sobre Fenomenologia. Artículos y conferencias escogidas. (Editorial Gredos, Ed). (Original publicado em 1923).
Binswanger, L. (1987). Mélancolie et manie: études phénoménologiques. Paris: Presses Universitaires de France (Original publicado em 1960).
Bloc, L., Souza, C., & Moreira, V. (2016). Phenomenology of depression: Contributions of Minkowski, Binswanger, Tellenbach and Tatossian. Estud. psicol., 33(1), 107-116. doi: 10.1590/1982-027520160001000011
Cavaletti, F., & Heimann. K. (2020). Longing for tomorrow: phenomenology, cognitive psychology, and the methodological bases of exploring time experience in depression. Phenomenology and the Cognitive Sciences, 19, 271-289. doi: 10.1007/s11097-018-09609-y
Conselho Federal de Psicologia. (2020). Resolução nº 4, de 26 de março de 2020. Brasília, DF.
Costa, V. E., & Medeiros, M. (2009). O tempo vivido na perspectiva fenomenológica de Eugène Minkowski. Psicologia em Estudo, 14(2), 375-383. doi: 10.1590/S1413-73722009000200019
Dalgalarrondo, P. (2019). Psicopatologia e Semiologia dos Transtornos Mentais. São Paulo: Artmed.
Faizibaioff, D. S., & Antúnez, A. E. A. (2015). O aspecto pessoal (vivido) em Minkowski como fundamento diagnóstico e metodológico da Psicopatologia Fenômeno-Estrutural. Bol. Acad. Paulista de Psicologia, 35(88), 39-58. Recuperado de http://pepsic.bvsalud.org/pdf/bapp/v35n88/v35n88a04.pdf
Fuchs, T. (2001). Melancholia as a desynchronization. Towards a psychopathology of interpersonal time. Psychopathology, 34, 179–186. doi: 10.1159/000049304
Helman, Z. (1998). Psychopathologie phénoméno-structurale et méthode de Rorschach: l'évolution d'un courant, ses développement actuels. Bulletin de psychologie, 51(434), 93-99.
Jaspers, K. (1979). Psicopatologia geral. Psicologia Compreensiva, explicativa e fenomenologia (2ª ed.). Atheneu (Original publicado em 1911).
Kocalevent, D., Hinz, A., & Brähler, E. (2013). Standardization of the depression screener Patient Health Questionnaire (PHQ-9) in the general population. General Hospital Psychiatry, 35, 551–555. doi: 10.1016/j.genhosppsych.2013.04.006
Minkowski, E. (1973). El tiempo vivido: estudios fenomenológicos y psicológicos. Fondo de Cultura Económica (Original publicado em 1933).
Minkowski, E. (2019). Estudo psicológico e análise fenomenológica de um caso de melancolia esquizofrênica. Revista Psicopatologia Fenomenológica Contemporânea, 8(1), 64-83. doi: 10.37067/rpfc.v8i1.959
Minkowski, E. (1923). Étude psychologique et analyse phénoménologique d’un cas de mélancolie schizophrénique. Journal de psychologie normale et pathologique, 20, 543-560.
Minkowski, E. (2000). La esquizofrenia: psicopatologia de los esquizóides y los esquizofrênicos. Fondo de Cultura Económica. (Original publicado em 1927).
Minkowski, E. (1999). Traité de Psychopathologie. Les Empêcheurs de Penser en Rond, Ed. (Original publicado em 1966).
Moskalewicz, M., & Schwartz, M. A. (2020). Temporal experience as a core quality in mental disorders. Phenomenology and the Cognitive Sciences, 19, 207-216. doi: 10.1007/s11097-020-09665-3
Nasser, M. (1987). Psychiatry in Ancient Egypt. Bulletin of the Royal College of Psychiatrists, 11, 420-422.
Pessoti, I. (1994). A loucura e as épocas. São Paulo: Editora 34.
Ratcliffe, M. (2012). Varieties of temporal experience in depression. Journal of Medicine and Philosophy, 37(2), 114–138. doi: 10.1093/jmp/jhs010
Resende, M. S., Pontes, S., & Calazans, R. (2015). O DSM-5 e suas implicações no processo de medicalização da existência. Psicologia em Revista, 21(3), 534-546. doi: 10.5752/P.1678-9523.2015v21n3p534
Santos, I. S., Tavares, B. F., Munhoz, T. N., Almeida, L. S. P., Silva, N. T. B., Tams, B. D., Patella, A. M., & Matijasevich, A. (2013). Sensibilidade e especificidade do Patient Health Questionnaire-9 (PHQ-9) entre adultos da população geral. Cad. Saúde Pública, 29(8), 1533-1543. Recuperado de https://www.scielo.br/j/csp/a/w8cGvWXdk4xzLzPTwYVt3Pr/
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2025 Ariane Voltolini Paião, Andrés Eduardo Aguirre Antúnez

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.
Os autores detém os direitos autorais sem restrições, devendo informar a publicação inicial nesta revista, em caso de nova publicação de algum trabalho.