https://revistapfc.com.br/rpfc/issue/feedRevista Psicopatologia Fenomenológica Contemporânea2024-11-12T20:17:11-03:00Gustavo Bonini Castellanapfcrevista@gmail.comOpen Journal Systems<p>A revista Psicopatologia Fenomenológica Contemporânea nasce como um movimento Sociedade Brasileira de Psicopatologia Fenômeno-Estrutural (SBPFE), encabeçado pelo seu presidente-fundador, o Prof. Dr. Guilherme Messas, com intenção e meta de desenvolver e difundir a psicopatologia fenomenológica no Brasil e no mundo. Assim, desde sua criação em 2012, a revista tem se voltado ao tema publicando artigos tanto de autores clássicos quanto de autores contemporâneos, bem como de novos pesquisadores da área. Além de seu fundador, a revista teve em seu quadro de editores a Profa. Dra. Virgínia Moreira (2016 e 2017). Atualmente conta com três responsáveis pela edição, o Dr. Flávio Guimarães-Fernandes (2018-atual), o Dr. Lucas Guimarães Bloc (2022-atual), Dra. Daniela Ceron-Litvoc (2018-atual) e o Dr. Gustavo Bonini Castellana (2020-atual).</p>https://revistapfc.com.br/rpfc/article/view/1197Editorial2024-11-12T00:08:47-03:00Daniela Ceron-Litvocdaniela@ceronlitvoc.comFlávio Guimarães-Fernandespfcrevista@gmail.comGabriel Engel Becherbecher.gabriel@gmail.comFábio Luiz Socreppa da Fonsecafabiofonseca@online.uscs.edu.br<p class="Corpo-revista"><span lang="PT">É com satisfação que apresentamos uma nova edição especial da revista "Psicopatologia Fenomenológica Contemporânea". Nesta versão, reunimos uma seleção de nove artigos criados a partir das apresentações orais do XII simpósio da Sociedade Brasileira de Psicopatologia Fenômeno-Estrutural.</span></p>2024-11-12T00:00:00-03:00Copyright (c) 2024 https://revistapfc.com.br/rpfc/article/view/1190Psicoterapia, psicopatologia e liberdade de ser2024-11-12T20:17:09-03:00Fábio Luiz Socreppa da Fonsecafabio.fonseca@online.uscs.edu.br<p>O presente texto se trata de uma discussão a respeito do emprego do conceito de condições de possibilidade advindo da Psicopatologia Fenomenológica para além da compreensão da estrutura da consciência para se pensar a intervenção psicoterapêutica em uma perspectiva fenomenológica. Para esse fim a condição de liberdade é discutida em relação a como o humano é abordado em diferentes formas de psicoterapia, destacando a condição de negatividade da liberdade em uma compreensão existencial. Discute-se a necessidade de ampliar a dialogicidade da psicoterapia fenomenológica com perspectivas contemporâneas que se fundamentam no mesmo horizonte conceitual como a própria Psicopatologia Fenomenológica e a posição externalista da consciência presente na posição enactivista da cognição. Por fim, a discussão a respeito da intervenção clínica é realizada a partir de uma vinheta clínica de uma pessoa com estrutura borderline. Compreende-se que esse texto não esgota a necessidade de se pensar a intervenção clínica que considere as condições de possibilidade em uma perspectiva psicoterapêutica, mas que incite mais produções nesse sentido.</p>2024-11-12T00:00:00-03:00Copyright (c) 2024 Fábio Luiz Socreppa da Fonsecahttps://revistapfc.com.br/rpfc/article/view/1191Impacto do uso de telas no desenvolvimento inicial2024-11-12T20:17:07-03:00Daniela Ceron-Litvocdaniela@ceronlitvoc.com<p>A sincronia corporal entre mãe e bebê é essencial para a formação de vínculos seguros e para o desenvolvimento emocional e psicológico da criança. A presença de dispositivos eletrônicos pode promover alterações nessa sincronia, resultando em um sistema de interação empobrecido, o que pode afetar negativamente a capacidade da criança de regular suas emoções e estabelecer conexões sociais. A partir do escopo teórico da Fenomenologia Estrutural, um modelo teórico é apresentado sobre como o uso de telas, por pais e crianças, pode afetar o desenvolvimento nos dois anos iniciais, com impacto persistente para toda a vida. Conceitualizando a importância e o papel da a proto-intersubjetividade e da intercorporeidade, o artigo propõe um mapa que correlaciona as alterações epidemiológicas apresentadas com as alterações na estrutura psíquica do bebê. Esse artigo analisa, conceitualmente, as vias pelas quais o uso de tela nos primeiros 24 meses de vida promove alterações estruturais no psiquismo da criança. A realidade atual de nossa sociedade é o uso cada vez maior de elementos de tecnologia no cotidiano. Sendo assim, ampliar a nossa compreensão desse fenômeno pode nos ajudar a propor novas configurações, mais saudáveis, para o uso de telas.</p>2024-11-12T00:00:00-03:00Copyright (c) 2024 Daniela Ceron-Litvochttps://revistapfc.com.br/rpfc/article/view/1192A construção da maternidade na perspectiva fenômeno-estrutural2024-11-12T20:17:06-03:00Raquel Jandozza Batistaraqueljandozza@gmail.com<p>Este artigo investiga a experiência da maternidade na perspectiva fenômeno-estrutural, enfatizando o impacto das pressões sociais e o processo de tornar-se mãe. Aborda-se a influência histórica e cultural que idealiza a maternidade e os desafios emocionais e psicológicos enfrentados durante a gestação, parto e puerpério, com foco na saúde mental da mulher, frequentemente negligenciada. A fusão psíquica inicial entre mãe e bebê é discutida, destacando a necessidade de adaptação às imaturidades estruturais do recém-nascido nas dimensões de temporalidade, espacialidade, corporeidade e interpessoalidade. O conceito de "self eclipsado" é introduzido para ilustrar como as exigências da maternidade podem obscurecer a identidade da mulher. Conclui-se pela importância de uma clínica psicológica sensível a essas questões, que forneça suporte tanto à mãe quanto ao bebê, reconhecendo a mulher como um sujeito integral, para além de sua função de cuidadora.</p>2024-11-12T00:00:00-03:00Copyright (c) 2024 Raquel Jandozza Batistahttps://revistapfc.com.br/rpfc/article/view/1189O psicodiagnóstico fenomenológico e a (re)constituição de si2024-11-12T20:17:10-03:00Vera Engler Curyvency2985@gmail.comGisella Mouta Faddagisella.fadda@gmail.com<p>A pessoa que busca por um atendimento em psicologia tenciona diminuir algum sofrimento psíquico que esteja passando. Ultimamente, com a força das redes sociais mostrando relatos autobiográficos de autistas adultos, houve identificação de muitas pessoas que passaram a se questionar se eram autistas diante do intenso sofrimento vivido ao longo da vida. A categorização diagnóstica do Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) vem sendo discutida de forma mais consistente a partir da publicação do DSM-5, em 2013, quando quadros clínicos infantis relacionados ao neurodesenvolvimento foram entendidos como um <em>continuum</em>. Com isso, abriu-se uma ampla discussão acerca do psicodiagnóstico em adultos. O presente trabalho visa compartilhar a experiência clínica da primeira autora em encontros dialógicos com adultos que suspeitavam serem autistas e buscavam um diagnóstico. A investigação clínica seguiu o método fenomenológico, que valoriza as vivências como fenômenos que podem revelar a estrutura constitutiva da pessoa; e a abordagem humanista de encontros relacionais em que se prioriza a dialogicidade para se aproximar do fenômeno investigado. Para tanto, iniciou-se um processo de avaliação psicológica compreensiva, colaborativa e interventiva para atender a dois interesses principais: a construção e refinamento de um raciocínio clínico e a ampliação do conhecimento de si por parte da pessoa atendida. Na experiência clínica, nota-se a possibilidade da (re)constituição e (res)significação de si para além do diagnóstico. Mais do que oferecer o diagnóstico, espera-se proporcionar uma atenção psicológica clínica eticamente condizente com a singularidade da experiência subjetiva.</p>2024-11-12T00:00:00-03:00Copyright (c) 2024 Vera Engler Cury, Gisella Mouta Faddahttps://revistapfc.com.br/rpfc/article/view/1193Notas sobre o Amor Vivido2024-11-12T20:17:05-03:00Gabriel Engel Becherbecher.gabriel@gmail.com<p>Este artigo desenvolve uma compreensão original do amor erótico como modo de ser, experiência vivida distinta da paixão e do sexo. Através de citações literárias, explora as condições de possibilidade do amor manifesto por sua ênfase, em diálogo aberto com referências filosóficas da tradição fenomenológica, e por sua privação, à luz das patologias do amor como derivadas de paixão e sexo: o enamoramento e a perversão sexual. O amor e suas patologias são dialeticamente relacionados com os processos vividos do amadurecimento, dos pontos de vista da psicopatologia fenômeno-estrutural e da literatura. Na sequência, o orgasmo e a arte são apresentados como expressões do amor. Conjectura-se, ainda, a possibilidade de uma terapêutica às patologias do amor por meio da abertura intersubjetiva ao amor; e, por fim, assinala-se o amor vivido, enquanto experiência dual de aprofundamento intercorporal, como superação antropológica do dualismo.</p>2024-11-12T00:00:00-03:00Copyright (c) 2024 Gabriel Engel Becherhttps://revistapfc.com.br/rpfc/article/view/1194Uso de antidepressivos e queixas de libido2024-11-12T20:17:03-03:00Renato Fernandes Lordellorenato.lordello@unifesp.br<p>Este trabalho tem o objetivo de iluminar possíveis associações entre o estudo fenomenológico do campo da sexualidade e a psicofarmacologia, partindo da queixa da perda de libido entre os usuários de antidepressivos. Considera-se a Fenomenologia como método que visa a descrição dos fenômenos e, por meio dele, revelar como as categorias apriorísticas da experiência se estruturam para sua aparição. Pela Fenomenologia, é possível compreender de maneira alternativa o uso dos psicofármacos. Para além de considerar que antidepressivos atuam quimicamente na fisiopatologia da depressão, aponta-se como podem alterar as condições fundamentais da estrutura da existência, e suas relações de proporcionalidade. A sexualidade, vista como zona de acesso privilegiado ao ser, permite o vislumbre da existência, mas não se limita a isso, apresentando um conjunto de significações particulares. Neste sentido, para além de efeitos terapêuticos e colaterais, os antidepressivos podem alterar as vivências sexuais de determinada estrutura vivida por seu reproporcionamento.</p>2024-11-12T00:00:00-03:00Copyright (c) 2024 Renato Fernandes Lordellohttps://revistapfc.com.br/rpfc/article/view/1195Kurt Schneider em chave fenômeno-estrutural2024-11-12T20:17:02-03:00Igor Studartigorstudart@icloud.com<p>A apresentação explora as possibilidades de leitura da obra de Kurt Schneider a partir de uma perspectiva fenômeno-estrutural. Identificamos duas tendências gerais na apropriação das obras de autores que se posicionam fora dessa tradição: uma que tende à tradução e outra que tende à interpretação. Neste trabalho, privilegiamos a leitura interpretativa da obra de Schneider através de um movimento duplo: a análise da organização nosológica herdada de Jaspers e dos Sintomas de Primeira Ordem. A herança do dualismo empírico e da chave compreensibilidade-incompreensibilidade gera constrições que, em última instância, produzem um encavalamento entre psicopatologia e nosologia.</p>2024-11-12T00:00:00-03:00Copyright (c) 2024 Igor Studarthttps://revistapfc.com.br/rpfc/article/view/1196Amor em Ellen West2024-11-12T20:17:00-03:00Thais de Castro Gazottithaisgazotti@yahoo.com<p>Este ensaio aborda o caso de Ellen West, destacando a relação entre o amor e a anorexia nervosa sob a ótica da psicopatologia fenômeno-estrutural. Ellen ansiava pelo amor, simbolizado por calor e vitalidade, mas o medo de engordar incitou a restrição alimentar e exercícios excessivos. Os desconfortos, provenientes da intersubjetividade, estabelecem o mundo vivido, com o qual concorda e discorda ao mesmo tempo; traz à tona a espacialidade em suas dimensōes dialéticas, principalmente a verticalidade-horizontalidade; e requer a intercorporeidade, que prevê a existência do eu num corpo sujeito e objeto. Ellen sente-se atravessada pela interpessoalidade e objetificada ao ser olhada, percebida e julgada. Sua conexão com seu mundo vivido encontrava-se absente da presença de corpos objetos, levantando a temática da sexualidade mínima ou inexistente nos casos de anorexia nervosa. Este caso expõe a complexa relação ter um corpo e ser um corpo para viver as relações intersubjetivas.</p>2024-11-12T00:00:00-03:00Copyright (c) 2024 Thais de Castro Gazottihttps://revistapfc.com.br/rpfc/article/view/1179Caráter sensitivo, tipo melancólico e extras sobre personalidade e transtornos mentais2024-11-12T20:17:11-03:00Maurício Viotti Dakerviotti@ymail.com<p>Visão tradicional na psiquiatria diz respeito à relação íntima entre transtornos de personalidade e transtornos mentais primários, em modelo espectral. Funções psíquicas com raízes comuns poderiam exercer papel na personalidade e na psicose ou noutros transtornos, não apenas em termos de déficits, mas também de equilíbrio e proporções entre elas. Características da personalidade em conexão com as psicoses endógenas ou funcionais têm sido descritas, tais como os tipos sensitivo e melancólico. Conceitos originados na psicopatologia envolvendo psicoses e personalidade, nomeadamente esquizoidia e sintonia, parecem relacionados a fundamentos da cognição 4E. Quando se adota visão em contínuo dos transtornos mentais, eles se comportam em configuração unitária ou sistêmica, correspondendo a disposições endógeno-funcionais em interação com o meio e compondo a personalidade.</p>2024-11-12T00:00:00-03:00Copyright (c) 2024 Maurício Viotti Daker